Gene Simmons, do KISS, explica por que o rock não é mais tão “popular” quanto antes
10/02/2025 // Home  »  DestaqueNotícias   »   Gene Simmons, do KISS, explica por que o rock não é mais tão “popular” quanto antes




Gene Simmons

Em uma nova entrevista ao podcast Greatest Music Of All Time, apresentado por Tom Cridland, o baixista e vocalista do KISS, Gene Simmons, foi questionado sobre o motivo pelo qual acredita que o rock não é mais tão “popular” como costumava ser. Segundo ele, a mudança está diretamente ligada ao modelo de negócios da música e ao perfil dos fãs.

“É o mercado e quem são os fãs”, explicou Simmons, conforme transcrição do Blabbermouth.net. “O público que compra rock é predominantemente branco. Embora o gênero ainda tenha força nos estádios ao redor do mundo – o [Iron] Maiden lota arenas, o Metallica também, mas essas são bandas muito antigas. Nós levamos o Iron Maiden para sua primeira turnê. Levamos o Bon Jovi para sua primeira turnê. Levamos o AC/DC para sua primeira turnê.”

Simmons destacou que não há mais grandes novas bandas de rock surgindo no cenário mainstream. “Você não consegue encontrar uma grande banda de rock nova. Elas não existem. Nomeie uma, se puder. O Foo Fighters é uma grande banda, mas já tem 30 anos. E isso tem a ver com os fãs e com quem compra a música. Quando você passou a conseguir essa música de graça, o modelo de negócios deixou de funcionar.”

Ao ser perguntado por que gêneros como pop e rap ganharam mais espaço do que o rock, Simmons apontou para a forma como esses estilos criaram um senso de identidade e cultura entre seus fãs. “Os fãs mais jovens de pop, predominantemente mulheres, criaram um senso de pertencimento. Ariana Grande é fabulosa, pode imitar qualquer um, uma grande artista. Dua Lipa também. Mas a base de fãs é composta por jovens mulheres. Isso se reflete nos souvenirs e na forma como a música se conecta à cultura. O rap, por exemplo, é mais do que música – é cultura, muitas vezes uma cultura racial, porque fala sobre ‘nós contra eles’ ou ‘o mundo contra nós’. Quando a cultura entra em jogo, como acontece no futebol, deixa de ser apenas entretenimento e se torna um símbolo de identidade.”

Simmons também fez uma comparação entre a devoção dos fãs de artistas pop e a dinâmica tribal de movimentos musicais ao longo da história. “O movimento ‘Swiftie’ [fãs de Taylor Swift] é uma cultura. Eles não são apenas fãs. Taylor representa algo. Acima das músicas e letras, ela se tornou uma espécie de líder desse movimento. Pense na música como uma religião – o que seria o cristianismo sem Jesus? Você precisa desses líderes, desses apóstolos no topo para encapsular o que a cultura representa.”

O baixista ainda elogiou Lady Gaga, considerando-a uma das artistas mais completas da atualidade. “Gaga, na minha opinião, é mais talentosa do que todas as outras, porque suas músicas e sua identidade representam algo. ‘I Was Born This Way’ não é apenas uma música – é uma mensagem. Quando você tem um repertório que significa algo, você cria uma base de fãs que se conecta profundamente a isso. É assim que se constrói um legado.”

Por fim, Simmons reiterou sua crença de que o rock perdeu espaço para outros gêneros nos últimos anos, reforçando sua visão de que o gênero não conseguiu criar novas figuras icônicas no nível dos Beatles, Rolling Stones ou Led Zeppelin. “Se você perguntar a um jovem de 20 anos quem é o baixista do Nirvana, ele provavelmente não saberá. Isso não acontecia com os Beatles – mesmo quem odiava rock sabia quem eles eram. O mundo mudou, e o rock, de certa forma, ficou para trás.”

Assista a entrevista completa:

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