Texto: Thiago Rahal Mauro
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Gravadora: Shinigami Records/Nuclear Blast Records
Power Train, novo álbum do Majestica, é uma volta ao estilo mais descomplicado e exuberante do power metal europeu dos anos 2000. Após a incursão mais teatral e temática em A Christmas Carol, o grupo liderado por Tommy Johansson (ex-Sabaton) opta por deixar de lado os conceitos elaborados e entrega um disco direto, acelerado e cheio de energia. As composições resgatam o espírito alegre e fantasioso da época do ReinXeed, mas com uma pegada ainda mais autoconsciente, quase celebrando os clichês do gênero. Tudo soa propositalmente exagerado — o que, no caso do Majestica, é um elogio. O resultado é um álbum vibrante, cheio de refrães grudentos e guitarras afiadas.
A formação atual conta com Tommy nos vocais, guitarra e teclados; Petter Hjerpe na guitarra; Chris David no baixo e Joel Kollberg na bateria. A abertura com a faixa-título “Power Train” já deixa claro o tom do álbum: riffs velozes, teclados e um refrão que poderia facilmente estar num disco do Gamma Ray. “No Pain, No Gain” mistura elementos folk com power metal, com vocais limpos e uma estrutura que flerta com o musical. Já “Battle Cry” mantém a pegada acelerada, mas aposta num refrão meio no estilo do Sabaton, dando espaço para a bateria de Kollberg brilhar com precisão.
“Megatrue” é uma faixa que chama atenção por sair um pouco da fórmula. Com andamento mais lento e clima épico, lembra bastante o estilo do Sabaton — algo natural, considerando a ligação de Tommy com a banda. O destaque aqui é o baixo de Chris David, mais presente do que no restante do disco, além de backing vocals que remetem ao Hammerfall. “My Epic Dragon”, por sua vez, é quase uma homenagem ao Twilight Force. Guitarras rápidas, orquestrações fantasiosas e um clima de RPG tomam conta da faixa, que funciona bem como tributo e também como parte da identidade do Majestica.
“Thunder Power” volta ao estilo neoclássico com força total, emulando o som de nomes como Stratovarius e Yngwie Malmsteen. Os solos são inspirados, e a produção valoriza cada detalhe sem parecer artificial. “A Story In The Night” reduz um pouco o ritmo e aposta numa melodia mais sentimental, embora a composição não tenha o mesmo impacto das demais. Já “Go Higher” é puro AOR dos anos 80 misturado com power metal: um hino de autoestima com vocais em camadas e batidas marcadas, pronto para o público cantar junto em festivais.
“Victorious” retoma o ritmo galopante e traz um dos refrões mais fortes do álbum. É uma faixa que não inova, mas entrega exatamente o que se espera: velocidade, melodias memoráveis e uma produção cristalina. Encerrando o disco, “Alliance Anthem” é o grande épico, com mais de sete minutos e estrutura que remete ao Stratovarius da fase clássica. Aqui, todos os músicos têm espaço para brilhar, mas o destaque é a performance vocal de Tommy, que atinge notas altíssimas com segurança, contrastando com os momentos mais suaves em que Petter poderia ter sido mais explorado.
No geral, Power Train é um álbum que não esconde suas intenções: divertir, impressionar e celebrar tudo o que há de exagerado e grandioso no power metal. Não é um disco inovador, mas compensa isso com carisma, qualidade técnica e honestidade artística. Majestica mostra que ainda há espaço para álbuns cheios de velocidade e melodias que grudam na cabeça, sem a necessidade de reinventar a roda. Se você gosta de metal melódico com uma boa dose de fantasia, este trabalho definitivamente vale a audição.
Power Train tracklist:
1. Power Train
2. No Pain, No Gain
3. Battle Cry
4. Megatrue
5. My Epic Dragon
6. Thunder Power
7. A Story In The Night
8. Go Higher
9. Victorious
10. Alliance Anthem
Tags: Majestica • Nuclear Blast Records • Shinigami Records