
Gary Holt
Gary Holt, guitarrista e principal compositor da banda Exodus, compartilhou em uma recente entrevista com Shawn Ratches, do Laughing Monkey Music, detalhes sobre as lesões que sofreu ao longo de mais de quatro décadas de carreira com a guitarra. Aos 60 anos, o músico revelou que sofreu com uma série de problemas físicos relacionados ao uso constante do instrumento, incluindo artrite e tendinite crônica. “Com 60 anos, você acaba lidando com artrite, seus dedos doem. Tive que passar por terapia para os meus cotovelos”, disse Holt, refletindo sobre o desgaste físico causado pela sua longa carreira. “Eu tive tendinite crônica nos dois braços e fiz tantas injeções de cortisona que perdi a conta. Cheguei a um ponto onde não conseguia nem tocar.”
Holt explicou que as lesões começaram durante suas turnês com o Slayer, e se agravaram ao longo dos anos. “Tudo começou com dor no cotovelo direito, e logo depois o esquerdo também começou a doer”, relembrou o guitarrista. Ele descreveu como as injeções de cortisona, que pareciam aliviar temporariamente a dor, foram se tornando frequentes até que, em 2021, a situação ficou insustentável. “Após gravar o álbum Persona Non Grata do Exodus, meus cotovelos começaram a travar, como se estivessem quase paralisados. Fiz ressonâncias magnéticas e o diagnóstico foi de danos severos, parecendo o de alguém que jogasse bolas rápidas a vida inteira.”
Apesar da gravidade das lesões, Holt conseguiu evitar a cirurgia, mas precisou fazer mudanças em sua rotina de cuidados com o corpo. “Um médico me disse que poderia evitar a cirurgia, mas que precisaria parar com as injeções e fazer fisioterapia”, contou. Ele seguiu um regime de recuperação com exercícios de fortalecimento e alongamento, usando pesos leves e cuidados constantes para manter os músculos e tendões em funcionamento. “A dor ainda aparece ocasionalmente, mas sempre aplico gelo e sigo os exercícios de alongamento. Eu realmente aprendi a lidar com isso ao longo dos anos.”
Em um tom mais descontraído, Holt também comentou sobre como até mesmo guitarristas como James Hetfield, do Metallica, acabam adaptando suas performances ao vivo para suportar a intensidade de técnicas como o downpicking, que exige muito do corpo. “Todos nós damos uma ‘enganada’, até o James”, disse. Holt explicou que, em passagens de músicas especialmente desafiadoras, é comum os músicos fazerem ajustes para garantir a continuidade da performance sem sobrecarregar o corpo. “Com a idade, o corpo já não responde da mesma forma, mas isso não significa que você não consiga tocar com a mesma intensidade.”
Holt finalizou falando sobre suas próprias adaptações durante shows ao vivo, explicando que seu truque é realizar um movimento de down-up-down durante o downpicking para garantir um pouco mais de alívio. “Às vezes, se quero realmente colocar toda a energia em um trecho, eu faço uma pausa pequena, apenas para dar um descanso. Prefiro me mover mais e evitar sobrecarregar meu corpo”, comentou. O guitarrista também revelou que está finalizando seu livro de memórias, A Fabulous Disaster: From The Garage To Madison Square Garden, The Hard Way, previsto para ser lançado em abril de 2025.