Resenha: Savatage brilha com show repleto de clássicos e Opeth impressiona com performance técnica no Espaço Unimed, em São Paulo
22/04/2025 // Home  »  DestaqueNotíciasResenha de Shows   »   Resenha: Savatage brilha com show repleto de clássicos e Opeth impressiona com performance técnica no Espaço Unimed, em São Paulo




Texto: Thiago Rahal Mauro

Crédito das fotos: Reinaldo Canto / Ricardo Matsukawa / Mercury Concerts

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Savatage – Crédito das fotos: Reinaldo Canto / Ricardo Matsukawa / Mercury Concerts

Sempre que uma banda lendária sobe ao palco, a expectativa é enorme. Mas o que vivi no Espaço Unimed, em São Paulo, foi além de qualquer previsão. Ver o Savatage revivendo clássicos que marcaram gerações foi uma experiência emocionante e poderosa. O público, formado por fãs antigos e novos, vibrava a cada música como se fosse um hino pessoal.

Para completar a noite, o Opeth entregou uma performance técnica impressionante, que deixou todos de queixo caído. Confesso que fui ao show mais empolgado para ver o Savatage, mas saí igualmente impactado pela musicalidade e precisão dos suecos. Não leia mal, eu também gosto muito do Opeth, mas o Savatage era a bola da vez. Foi uma combinação perfeita: de um lado, a energia e emoção do Savatage; do outro, o virtuosismo e a complexidade sonora do Opeth.

O Espaço Unimed ajudou a transformar essa noite em algo ainda mais especial. Com som de qualidade, luzes bem sincronizadas e um clima vibrante, o ambiente estava pronto para receber duas bandas que fizeram jus à sua história. Era impossível ficar parado diante de tanta intensidade — os solos, as viradas, os vocais… tudo contribuiu para um espetáculo inesquecível.

Nesta resenha, quero compartilhar os momentos que mais me marcaram nesse show memorável. Desde a entrega dos músicos até a reação do público, passando por surpresas no repertório e momentos de pura catarse. Se você também é apaixonado por metal e curte uma boa apresentação ao vivo, essa leitura é pra você.

OPETH

O Opeth subiu ao palco do Espaço Unimed com uma formação de peso que garantiu uma performance impecável: Mikael Åkerfeldt no vocal e guitarra, Martín Méndez no baixo, Fredrik Åkesson na guitarra, Joakim Svalberg no teclado e Waltteri Väyrynen na bateria. O grupo, conhecido por sua habilidade técnica e criatividade, logo nos envolveu com uma mistura única de metal progressivo, death metal e momentos de pura melancolia. A apresentação foi marcada pela precisão e pela entrega emocional de cada um dos membros, com destaque para as composições que atravessaram diferentes fases da carreira da banda. O setlist foi cuidadosamente escolhido, mesclando clássicos e faixas mais recentes — incluindo várias do novo disco The Last Will and Testament — proporcionando uma experiência sonora rica e envolvente para os fãs.

A noite começou com a introdução atmosférica de “§1”, um momento de construção lenta e cheia de tensão. A faixa preparou o terreno para o que viria, com Mikael Åkerfeldt guiando a plateia por um caminho sombrio e introspectivo. A música, com suas nuances experimentais, foi um aperitivo perfeito para o que o Opeth faria a seguir. Foi como uma espécie de jornada ao desconhecido, com elementos que misturavam o experimentalismo do prog com a carga emocional típica do Opeth.

Em seguida, o Opeth trouxe uma das faixas mais emblemáticas de sua discografia: “Master’s Apprentices”. A transição foi incrível, com a banda mostrando sua assinatura – uma mistura de riffs pesados e passagens melódicas delicadas. As guitarras de Fredrik Åkesson e Mikael Åkerfeldt se entrelaçaram de maneira magistral, criando um clima tenso, porém envolvente. A música destacou a complexidade que o Opeth consegue transmitir ao mesmo tempo que mantém a pegada intensa e direta, uma das grandes características da banda.

A terceira música da noite, “The Leper Affinity”, trouxe uma descarga de energia pesada, com sua abordagem que mistura death metal com passagens progressivas. A guitarra de Fredrik Åkesson brilha com riffs rápidos, enquanto a bateria de Waltteri Väyrynen se mantém firme, proporcionando a base para o caos criativo que a faixa exige. O vocal de Mikael Åkerfeldt, com seu contraste entre momentos de growl agressivo e momentos de melancolia, continuou a cativar a plateia, que respondia a cada virada da música com um aplauso entusiástico.

“§7” seguiu em um tom mais sombrio, com um início melódico que rapidamente se transforma em uma avalanche sonora, característica do Opeth em seus melhores momentos. O teclado de Joakim Svalberg trouxe uma atmosfera quase etérea, criando uma camada emocional que contrastava com a agressividade das guitarras e da bateria. A faixa foi uma verdadeira viagem, com os músicos aproveitando as oportunidades para explorar ainda mais suas habilidades técnicas, mantendo sempre o foco na experiência emocional da música.

Na sequência, “In My Time of Need” trouxe um respiro melódico e mais introspectivo. A suavidade e a melancolia dessa faixa foram um contraste perfeito em relação às anteriores, permitindo ao público respirar antes da próxima música. A habilidade de Mikael Åkerfeldt para navegar entre os estilos de vocal clean e growl foi evidenciada aqui, criando uma sensação de vulnerabilidade que adicionou uma camada ainda mais profunda à performance.

“§3” foi mais uma faixa de transição, com passagens instrumentais complexas, onde os músicos se destacaram por sua técnica apurada. A música teve momentos de grande tensão, mas também de beleza inquietante, com o teclado e o baixo de Martín Méndez dando o tom para os momentos mais atmosféricos. O equilíbrio entre a agressividade e a calma, marcas do Opeth, ficou mais claro do que nunca.

O ápice da apresentação veio com “Ghost of Perdition”, uma das faixas mais celebradas da banda. A combinação de brutalidade e lirismo, com os riffs pesados e as passagens mais suaves, levou a plateia à loucura. A interação entre os músicos foi palpável, e a energia da música fez com que todos no Espaço Unimed se unissem em uma única vibração. A letra sombria, a complexidade técnica e a intensidade emocional criaram um dos momentos mais marcantes do show.

Para o bis, o Opeth trouxe “Sorceress”, uma das faixas mais recentes da banda, que combinava uma sonoridade mais moderna com a essência progressiva que sempre os caracterizou. A música foi um excelente fechamento para o show, levando a plateia a um clima de êxtase coletivo. E, como não poderia faltar, a apresentação terminou com “Deliverance”, outra faixa icônica, que ressoou como um grande final, com a banda entregando tudo em termos de energia e técnica. O público, como esperado, estava em êxtase, e a performance de Mikael Åkerfeldt e companhia no palco foi de fato memorável.

O Opeth apresentou um show imersivo, técnico e emocionalmente carregado, que agradou tanto aos fãs mais antigos quanto aos novos. Cada faixa foi executada com precisão, mantendo a intensidade e a emoção que só uma banda como o Opeth pode oferecer. Sem dúvida, uma noite inesquecível para todos que estavam ali para testemunhar uma das melhores apresentações ao vivo da cena do metal progressivo.

Setlist Opeth
§1
Master’s Apprentices
The Leper Affinity
§7
In My Time of Need
§3
Ghost of Perdition
Bis:
Sorceress
Deliverance

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Opeth – Crédito das fotos: Reinaldo Canto / Ricardo Matsukawa / Mercury Concerts

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Opeth – Crédito das fotos: Reinaldo Canto / Ricardo Matsukawa / Mercury Concerts

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Opeth – Crédito das fotos: Reinaldo Canto / Ricardo Matsukawa / Mercury Concerts

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Opeth – Crédito das fotos: Reinaldo Canto / Ricardo Matsukawa / Mercury Concerts

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Opeth – Crédito das fotos: Reinaldo Canto / Ricardo Matsukawa / Mercury Concerts

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Opeth – Crédito das fotos: Reinaldo Canto / Ricardo Matsukawa / Mercury Concerts

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Opeth – Crédito das fotos: Reinaldo Canto / Ricardo Matsukawa / Mercury Concerts

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Opeth – Crédito das fotos: Reinaldo Canto / Ricardo Matsukawa / Mercury Concerts

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Opeth – Crédito das fotos: Reinaldo Canto / Ricardo Matsukawa / Mercury Concerts

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Opeth – Crédito das fotos: Reinaldo Canto / Ricardo Matsukawa / Mercury Concerts

SAVATAGE

Após mais de duas décadas longe dos palcos brasileiros, o Savatage fez história no dia 21 de abril de 2025, com um show arrebatador no Espaço Unimed, em São Paulo. A formação liderada por Zak Stevens (vocal) e acompanhada por Al Pitrelli e Chris Caffery (guitarras), Johnny Lee Middleton (baixo), Jeff Plate (bateria) e os tecladistas Paulo Cuevas e Shawn McNair, entregou uma performance intensa, técnica e carregada de emoção — um verdadeiro presente para os fãs brasileiros que esperaram tanto tempo por esse reencontro.

O início foi cinematográfico com “The Ocean”, uma introdução instrumental que preparou os sentidos da plateia para o que viria. Em sequência, “Welcome” explodiu com potência, marcando o retorno com riffs cortantes e uma presença de palco vibrante. “Jesus Saves” levou o público à loucura com seu refrão contagiante e energia pulsante, enquanto Zak mostrava que sua voz continua afiada e emocionalmente poderosa. A clássica “Sirens”, uma das mais antigas do repertório, fez os fãs mais antigos vibrarem, com seu tom mais direto e agressivo.

Na sequência, “Another Way” mostrou o lado mais melódico da banda, equilibrando intensidade e introspecção, seguida pela épica “The Wake of Magellan”, que trouxe arranjos teatrais e uma execução impecável — destaque para os teclados, que deram uma dimensão quase sinfônica à faixa. “Strange Wings” veio carregada de emoção e foi recebida com entusiasmo, enquanto “Taunting Cobras” injetou adrenalina com seu ritmo acelerado e solos em perfeita sintonia entre Pitrelli e Caffery.

“Turns to Me” manteve o clima intenso, com passagens dramáticas que exploraram bem as dinâmicas entre os músicos. Já “Dead Winter Dead”, uma das favoritas dos fãs, foi interpretada com precisão, envolta numa atmosfera épica. “The Storm” foi um momento de transição, preparando o terreno para a emocionante “Handful of Rain”, onde Zak entregou uma das interpretações mais comoventes da noite, com destaque para os arranjos dos teclados.

O show atingiu seu ápice emocional com “Chance”, uma obra-prima em termos de arranjo vocal, que ganhou ainda mais força ao vivo com o apoio dos backing vocals da banda. Em “This Is the Time (1990)”, Zak se conectou profundamente com o público, que acompanhou em coro. “Gutter Ballet” trouxe o drama e a teatralidade que definem o estilo do Savatage, com solos empolgantes e uma performance intensa.

“Edge of Thorns” fez o público cantar em uníssono, sendo uma das músicas mais esperadas da noite. Já “The Hourglass” foi poderosa e densa, com um instrumental marcante que mostrou o domínio técnico da banda. Mas foi em “Believe” que o momento mais tocante aconteceu: com a voz e imagem de Jon Oliva projetadas no telão, a banda entrou após o primeiro refrão, em um tributo comovente a Criss Oliva. O solo foi acompanhado por imagens do lendário guitarrista, emocionando a todos.

No bis, a surpresa veio com “Power of the Night”, tocada pela primeira vez desde 2003, com Zak vestindo uma camisa da seleção brasileira personalizada, o que rendeu gritos e aplausos efusivos. Encerrando com chave de ouro, “Hall of the Mountain King” trouxe toda a grandiosidade e loucura sonora do Savatage, com solos incendiários e uma entrega visceral de todos os músicos.

O retorno do Savatage foi mais que um show: foi um rito de passagem para uma nova geração de fãs e uma catarse coletiva para os veteranos. A noite no Espaço Unimed provou que a banda continua tão relevante, intensa e apaixonante quanto sempre foi. Com um setlist perfeito e uma entrega irrepreensível, o Savatage reafirmou seu status de lenda viva do metal.

Setlist Savatage:
The Ocean
Welcome
Jesus Saves
Sirens
Another Way
The Wake of Magellan
Strange Wings
Taunting Cobras
Turns to Me
Dead Winter Dead
The Storm
Handful of Rain
Chance
This Is the Time
Gutter Ballet
Edge of Thorns
The Hourglass
Believe
Bis:
Power of the Night
Hall of the Mountain King

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Savatage – Crédito das fotos: Reinaldo Canto / Ricardo Matsukawa / Mercury Concerts

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Savatage – Crédito das fotos: Reinaldo Canto / Ricardo Matsukawa / Mercury Concerts

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Savatage – Crédito das fotos: Reinaldo Canto / Ricardo Matsukawa / Mercury Concerts

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Savatage – Crédito das fotos: Reinaldo Canto / Ricardo Matsukawa / Mercury Concerts

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Savatage – Crédito das fotos: Reinaldo Canto / Ricardo Matsukawa / Mercury Concerts

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Savatage – Crédito das fotos: Reinaldo Canto / Ricardo Matsukawa / Mercury Concerts

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Savatage – Crédito das fotos: Reinaldo Canto / Ricardo Matsukawa / Mercury Concerts

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Savatage – Crédito das fotos: Reinaldo Canto / Ricardo Matsukawa / Mercury Concerts

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