Texto: Thiago Rahal Mauro
Crédito das fotos: Ricardo Matsukawa / Mercury Concerts

Scorpions no Monsters of Rock 2025 – Crédito foto: Ricardo Matsukawa / Mercury Concerts
O Allianz Parque se transformou em um verdadeiro templo do metal no dia 19 de abril de 2025, recebendo uma das edições mais esperadas do festival Monsters of Rock. A edição que celebra os 30 anos do festival. Com lotação praticamente esgotada, o estádio paulistano provou mais uma vez ser o local ideal para grandes celebrações do rock, oferecendo estrutura impecável que incluiu sistema de som de última geração, iluminação espetacular e telões de alta definição que amplificaram a experiência dos espectadores. A organização do evento merece destaque, com áreas de alimentação diversificadas, banheiros em quantidade suficiente e um esquema de segurança eficiente que garantiu conforto e tranquilidade aos fãs presentes.
A curadoria desta edição foi um verdadeiro tributo à diversidade e evolução do metal, apresentando desde o power metal do Stratovarius até as complexas estruturas progressivas do Opeth, passando pelo metal do Queensrÿche e o tão aguardado retorno do Savatage. Cada banda selecionada representou não apenas um capítulo importante da história do gênero, mas também demonstrou sua vitalidade contemporânea, com formações renovadas e material inédito que comprovam a constante reinvenção do metal. A presença de clássicos atemporais ao lado de novas composições criou um equilíbrio perfeito que agradou tanto aos fãs mais tradicionais quanto aos que buscam novidades no cenário atual.
O público brasileiro, reconhecido mundialmente por sua paixão e energia inigualáveis, foi o verdadeiro protagonista do dia. Diferentes gerações de fãs se uniram em uma só voz, cantando em uníssono hinos que atravessaram décadas. A interação entre artistas e plateia foi emocionante, com vários músicos visivelmente comovidos pela recepção calorosa – prova incontestável de que o Brasil segue sendo um território sagrado para o rock pesado. O clima de celebração foi amplificado pelas produções cênicas cuidadosamente elaboradas, que transformaram cada apresentação em um espetáculo completo, unindo música e visual em perfeita harmonia.
Mais do que um simples festival, o Monsters of Rock 2025 se consolidou como um marco na história do metal mundial, demonstrando a força e relevância contínua do gênero. A qualidade técnica das apresentações, combinada com a energia única do público brasileiro, criou momentos que ficarão gravados na memória de todos os presentes. O evento deixou claro que o metal não apenas sobrevive como prospera, adaptando-se aos novos tempos sem perder sua essência, e que o Brasil continua sendo um dos seus mais fiéis e apaixonados redutos.
Um detalhe curioso e bastante carismático do festival foi a participação de Walcir Chalas, fundador da lendária loja Woodstock, e Tatola Godas, apresentador da 89FM. Antes de cada show, a dupla subia ao palco para falar sobre a história do festival e introduzir a próxima banda. Com muito entusiasmo e irreverência, eles aqueciam a plateia e criavam uma atmosfera ainda mais empolgante, preparando o público para as apresentações que viriam a seguir. Seu carisma ajudou a manter o clima vibrante durante todo o dia.
Stratovarius no Monsters of Rock 2025: O Power Metal finlandês em seu ápice
A abertura do festival ficou a cargo do Stratovarius, que às 11h30 subiu ao palco para demonstrar por que é considerado uma das bandas mais influentes do power metal europeu. Desde os primeiros acordes de “Forever Free”, ficou evidente que o público estava diante de uma performance especial. O som estava excelente, alto e cristalino. A energia contagiante do quinteto finlandês eletrizou o estádio, com Timo Kotipelto comandando a plateia com sua presença de palco carismática e vocais potentes. A escolha do setlist foi impecável, alternando entre clássicos consagrados como “Eagleheart” e “Black Diamond” com material mais recente que demonstra a evolução criativa da banda.
O destaque instrumental ficou por conta de Matias Kupiainen, cujos solos de guitarra precisos e emotivos arrancaram aplausos entusiásticos da plateia. A base rítmica formada por Lauri Porra (baixo) e Rolf Pilve (bateria) manteve uma cadência impecável, enquanto Jens Johansson nos teclados acrescentou camadas melódicas que são marca registrada do som do Stratovarius. A execução de “Eternity”, música raramente tocada ao vivo, foi uma das grandes surpresas da apresentação, atendendo aos pedidos dos fãs mais antigos. O momento mais emocionante veio com o encerramento da apresentação, quando toda a plateia cantou em uníssono o refrão de “Hunting High and Low”, transformando o estádio em um coro monumental que ecoou pelas arquibancadas.
A performance do Stratovarius foi uma verdadeira aula de power metal, mostrando como o gênero pode ser ao mesmo tempo técnico e emocionalmente impactante. A sintonia entre os músicos, fruto de anos de estrada juntos, foi palpável em cada nota, criando uma atmosfera de cumplicidade com o público que só grandes bandas conseguem estabelecer. Mais do que uma simples apresentação, foi uma celebração de três décadas de carreira que deixou claro por que o Stratovarius continua sendo referência absoluta no cenário do metal melódico.
Setlist Stratovarius:
Forever Free
Eagleheart
World on Fire
Speed of Light
Paradise
Survive
Eternity
Black Diamond
Unbreakable
Hunting High and Low

Stratovarius no Monsters of Rock 2025 – Crédito foto: Ricardo Matsukawa / Mercury Concerts

Stratovarius no Monsters of Rock 2025 – Crédito foto: Ricardo Matsukawa / Mercury Concerts

Stratovarius no Monsters of Rock 2025 – Crédito foto: Ricardo Matsukawa / Mercury Concerts

Stratovarius no Monsters of Rock 2025 – Crédito foto: Ricardo Matsukawa / Mercury Concerts
Opeth: A complexidade do Death Metal Progressivo
Segundo ato do festival, o Opeth trouxe ao palco uma das performances mais técnicas e desafiadoras da noite. Os suecos apresentaram material de seu mais recente álbum conceitual, “The Last Will And Testament” (2024), mesclando-o com clássicos de sua extensa discografia. A abertura com “§1” mostrou imediatamente a assinatura sonora da banda: transições complexas entre momentos extremamente pesados e passagens melódicas e atmosféricas. Mikael Åkerfeldt, como sempre, alternou entre vocais guturais devastadores e linhas vocais limpas de beleza ímpar, demonstrando por que é considerado um dos vocalistas mais completos do metal extremo.
A performance foi uma verdadeira jornada musical, com destaque para “Ghost of Perdition”, que exemplifica a maestria do Opeth em criar estruturas musicais elaboradas sem perder a emotividade. O novo baterista Waltteri Väyrynen provou ser uma aquisição valiosa, executando partes técnicas com precisão cirúrgica enquanto mantinha a energia crua essencial ao som da banda. A interação de Åkerfeldt com o público foi caracteristicamente irreverente – “Essa próxima música é tão longa que vamos precisar de um intervalo no meio”, brincou antes de iniciar “Deliverance”, arrancando risadas da plateia.
O momento mais impactante da apresentação veio com “Master’s Apprentices”, onde a banda alcançou o equilíbrio perfeito entre brutalidade e melodia. Apesar da complexidade do material, que poderia alienar ouvintes menos familiarizados, o público respondeu com entusiasmo crescente, especialmente nos momentos mais intensos. A performance do Opeth foi uma demonstração de como o metal progressivo pode ser ao mesmo tempo intelectualmente desafiador e visceralmente emocionante, consolidando o grupo como um dos mais importantes e inovadores do cenário atual.
Setlist Opeth:
§1
Master’s Apprentices
§3
In My Time of Need
Ghost of Perdition
Sorceress
Deliverance

Opeth no Monsters of Rock 2025 – Crédito foto: Ricardo Matsukawa / Mercury Concerts

Opeth no Monsters of Rock 2025 – Crédito foto: Ricardo Matsukawa / Mercury Concerts

Opeth no Monsters of Rock 2025 – Crédito foto: Ricardo Matsukawa / Mercury Concerts

Opeth no Monsters of Rock 2025 – Crédito foto: Ricardo Matsukawa / Mercury Concerts
Queensrÿche: Quatro décadas de excelência no Metal Progressivo
A apresentação do Queensrÿche foi um verdadeiro passeio pela história do metal progressivo, celebrando os 40 anos de carreira da banda com um setlist que privilegiou o material clássico. A estreia de Todd La Torre no Brasil foi marcante, com o vocalista demonstrando impressionante domínio tanto das nuances emocionais quanto das exigências técnicas do repertório. “Operation: Mindcrime” foi um dos pontos altos da noite, transportando o público para a era de ouro da banda com sua narrativa complexa e arranjos elaborados.
A formação atual, que inclui os membros originais Michael Wilton (guitarra) e Eddie Jackson (baixo), mostrou química notável, especialmente nas interações instrumentais de “The Needle Lies” e “Walk in the Shadows”. A ausência de “Silent Lucidity” foi sentida por parte do público, mas foi compensada por performances impecáveis de “I Don’t Believe in Love” e “Eyes of a Stranger”, que encerraram o show com intensidade emocional palpável. La Torre, visivelmente emocionado com a recepção brasileira, fez questão de agradecer repetidamente ao público, prometendo retornar em breve para uma turnê completa.
O aspecto mais impressionante da apresentação foi como a banda conseguiu manter a relevância de material gravado há décadas, sem soar nostálgica ou repetitiva. A energia transmitida em “Take Hold of the Flame” e “Empire” foi comparável às gravações originais, demonstrando que o Queensrÿche continua sendo uma força criativa vital no cenário do metal. A performance foi uma prova incontestável de que grande música transcende o tempo, e que clássicos bem interpretados podem ressoar com igual potência junto a novas gerações de fãs.
Setlist Queensrÿche:
Queen of the Reich
Operation: Mindcrime
Walk in the Shadows
I Don’t Believe in Love
Warning
The Needle Lies
The Mission
Nightrider
Take Hold of the Flame
Empire
Screaming in Digital
Eyes of a Stranger

Queensrÿche no Monsters of Rock 2025 – Crédito foto: Ricardo Matsukawa / Mercury Concerts

Queensrÿche no Monsters of Rock 2025 – Crédito foto: Ricardo Matsukawa / Mercury Concerts

Queensrÿche no Monsters of Rock 2025 – Crédito foto: Ricardo Matsukawa / Mercury Concerts

Queensrÿche no Monsters of Rock 2025 – Crédito foto: Ricardo Matsukawa / Mercury Concerts

Queensrÿche no Monsters of Rock 2025 – Crédito foto: Ricardo Matsukawa / Mercury Concerts
Savatage: O retorno triunfal de uma lenda do Metal
O momento mais aguardado do festival foi, sem dúvida, o retorno do Savatage aos palcos brasileiros após anos de ausência. A emoção era palpável no ar minutos antes da banda subir ao palco, com fãs vestindo camisetas de todas as eras da banda. Um pequeno incidente com um refletor que caiu do teto antes do show foi rapidamente resolvido, sem maiores problemas. A abertura com “The Ocean”, tocada pela primeira vez desde 1998, foi um presente para os fãs mais antigos, seguida por “Welcome” e o clássico “Jesus Saves”, que colocou o estádio inteiro em êxtase. Zak Stevens provou ser o frontman ideal para esta reunião, com sua voz poderosa e carisma contagiante, que incluía falas em português e até chutes de bolas de futebol para a plateia durante “Edge of Thorns”. Inclusive, nesta música, uma fã invadiu o palco durante esta música e tentou pular do palco na plateia, mas os seguranças entraram rápido e impediram a fã de realizar o ato.
Durante o show, momentos marcantes emocionaram o público. Quando começou Handful of Rain, uma garoa fina caiu sobre o local, e o vocalista Zak Stevens comentou com um sorriso que aquele clima combinava perfeitamente com a música, criando uma cena quase cinematográfica. A épica The Chance foi tocada na íntegra, com sua intensidade elevando a vibração da plateia. Além disso, faixas como The Wake of Magellan e Dead Winter Dead também marcaram presença no setlist, reforçando a profundidade e a força narrativa do som da banda. Um espetáculo inesquecível, cheio de emoção e atmosfera.
O momento mais emocionante da noite – e talvez de toda a história recente do festival – veio com a performance de “Believe”. Jon Oliva apareceu em vídeo para cantar a música ao piano, enquanto imagens do saudoso Criss Oliva eram projetadas no telão, levando muitos fãs às lágrimas. Quando a banda entrou após o primeiro refrão, o estádio explodiu em emoção, criando um daqueles raros momentos de comunhão absoluta entre artistas e público. A energia continuou crescente até o encerramento com “Hall of the Mountain King”, quando toda a plateia saltou e cantou em uníssono, transformando o Allianz Parque em um verdadeiro coro de montanha.
A apresentação do Savatage foi mais do que um simples show – foi uma celebração da resiliência do metal e do amor incondicional dos fãs. Cada música, cada interação, cada olhar entre os músicos transmitia a importância histórica daquele momento. A banda deixou claro que está de volta em grande estilo, com performances que honram seu legado enquanto apontam para um futuro promissor. Para os milhares de fãs presentes, foi a realização de um sonho muito aguardado – e a prova de que algumas lendas simplesmente nunca morrem.
Setlist Savatage:
The Ocean
Welcome
Jesus Saves
The Wake of Magellan
Dead Winter Dead
Handful of Rain
Chance
Gutter Ballet
Edge of Thorns
Believe
Sirens
Hall of the Mountain King

Savatage no Monsters of Rock 2025 – Crédito foto: Ricardo Matsukawa / Mercury Concerts

Savatage no Monsters of Rock 2025 – Crédito foto: Ricardo Matsukawa / Mercury Concerts

Savatage no Monsters of Rock 2025 – Crédito foto: Ricardo Matsukawa / Mercury Concerts

Savatage no Monsters of Rock 2025 – Crédito foto: Ricardo Matsukawa / Mercury Concerts

Savatage no Monsters of Rock 2025 – Crédito foto: Ricardo Matsukawa / Mercury Concerts

Savatage no Monsters of Rock 2025 – Crédito foto: Ricardo Matsukawa / Mercury Concerts
Europe: Uma jornada pelo Hard Rock no Monsters of Rock 2025
O Europe subiu ao palco do Allianz Parque com um setlist cuidadosamente elaborado que percorreu quatro décadas de carreira, mesclando clássicos atemporais com pérolas menos executadas ao vivo. A abertura com “On Broken Wings” foi uma escolha surpreendente e poderosa, mostrando imediatamente a energia inabalável da banda. O riff marcante e os vocais potentes de Joey Tempest colocaram o público em estado de euforia desde os primeiros acordes.
A sequência com “Rock the Night” elevou ainda mais o clima, transformando o estádio em uma grande festa. A interação entre John Norum nos solos e Mic Michaeli nos teclados foi magistral, demonstrando a química perfeita entre os membros. “Walk the Earth”, do álbum homônimo de 2017, provou que o Europe continua produzindo material de alta qualidade, com um som atualizado mas fiel às suas raízes.
Um dos momentos mais surpreendentes veio com “Scream of Anger”, um clássico dos anos 80 que mostrou o lado mais pesado da banda. “Sign of the Times” trouxe um contraste interessante, com seu groove contagiante e letra relevante, enquanto “Hold Your Head Up” serviu como um momento mais descontraído, com o público cantando em uníssono.
O ápice do show chegou com “Carrie”, quando milhares de luzes de celular iluminaram o estádio. A performance foi impecável, com Tempest controlando perfeitamente os vocais emotivos e Norum executando o solo com precisão cirúrgica. A transição com “Prelude” criou um momento de atmosfera antes da explosão de “Last Look at Eden”, que mostrou o lado mais progressivo da banda.
Um dos momentos mais especiais foi “Ready or Not”, com Joey Tempest assumindo as guitarras e demonstrando seu talento. A versão de “Superstitious” ganhou um toque especial com um trecho de “No Woman, No Cry” de Bob Marley, mostrando a versatilidade musical do grupo.
“Cherokee” começou com um breve solo de bateria de Ian Haugland, levando o público ao delírio. E então veio o momento que todos aguardavam: “The Final Countdown”. O icônico sintetizador foi recebido com gritos de euforia, e quando a banda entrou por completo, o Allianz Parque transformou-se em um coro monumental. Tempest conduziu a plateia com maestria, enquanto Norum executou o solo final com perfeição absoluta.
Cada música do setlist foi cuidadosamente escolhida para contar a história do Europe, desde seus primórdios até os dias atuais. A alternância entre os sucessos consagrados e as raridades menos executadas ao vivo agradou tanto aos fãs casuais quanto aos mais devotados. A energia da banda, combinada com a paixão do público brasileiro, criou uma noite verdadeiramente mágica que ficará gravada na memória de todos os presentes.
Setlist Europe:
On Broken Wings
Rock the Night
Walk the Earth
Scream of Anger
Sign of the Times
Hold Your Head Up
Carrie
Prelude
Last Look at Eden
Ready or Not
Superstitious
Cherokee
The Final Countdown

Europe no Monsters of Rock 2025 – Crédito foto: Ricardo Matsukawa / Mercury Concerts

Europe no Monsters of Rock 2025 – Crédito foto: Ricardo Matsukawa / Mercury Concerts

Europe no Monsters of Rock 2025 – Crédito foto: Ricardo Matsukawa / Mercury Concerts

Europe no Monsters of Rock 2025 – Crédito foto: Ricardo Matsukawa / Mercury Concerts

Europe no Monsters of Rock 2025 – Crédito foto: Ricardo Matsukawa / Mercury Concerts
Antes do show do Judas Priest, o público foi surpreendido por um vídeo emocionante exibido no telão, criado por Anderson Bellini, prestando homenagem aos monstros sagrados do rock e do heavy metal que nos deixaram nos últimos anos. A produção destacou lendas internacionais e também nomes importantes do cenário brasileiro, todos recebidos com aplausos calorosos e gritos de reverência da plateia. Foi um momento de pura emoção, que uniu todos os presentes em respeito e saudade por esses ícones eternos da música pesada.
Judas Priest: A consagração de uma instituição do Heavy Metal
O Allianz Parque testemunhou uma verdadeira aula de heavy metal pelos lendários Judas Priest, que mais uma vez provaram porque são chamados de “Metal Gods”. Em sua segunda passagem pelo festival, os britânicos não apenas celebraram seu legado de cinco décadas, como também demonstraram vitalidade criativa com material do “Invincible Shield”, eleito por diversas publicações como o melhor álbum de metal de 2024.
A banda adiantou seu show em 20 minutos, subindo ao palco às 19h10. O setlist foi uma jornada pela discografia da banda, equilibrando clássicos e novas joias do metal.
A abertura com “Panic Attack” foi tão pesado e relevante quanto nos anos 80. A transição imediata para o clássico “You’ve Got Another Thing Comin'” mostrou a linha tênue que a banda estabelece entre seu passado glorioso e presente vibrante. Para surpresa de muitos, um dos maiores clássicos da banda, “Breaking the Law”, foi apresentado bem no começo do show, o que de certa forma mostra a quantidade de hits que a banda tem, pois ao final do show mais clássicos foram apresentados.
Aos 73 anos, Rob Halford desafiou o tempo com uma performance vocal que deixaria cantores décadas mais jovens com inveja. Seus agudos em “Painkiller” foram tão potentes quanto na gravação original de 1990. Seu momento mais icônico veio no bis, quando entrou montado em sua Harley Davidson para “Hell Bent for Leather”, transformando o estádio em um verdadeiro templo do metal. A combinação de sua presença de palco majestosa com aquela jaqueta de couro é simplesmente espetacular.
Richie Faulkner e Andy Sneap formaram uma dupla devastadora, alternando entre os riffs cortantes de “Rapid Fire” e os solos melódicos de “Turbo Lover”. A química entre os guitarristas foi palpável, especialmente durante “The Green Manalishi”, onde seus duelos de guitarra incendiaram o público.
O momento mais emocionante veio com a aparição de Glenn Tipton no telão durante “Victim of Changes”, recebendo uma ovação e prova do amor eterno dos fãs pelo guitarrista histórico. O Priest demonstrou audácia ao incluir quatro faixas do novo álbum no setlist, com “Crown of Horns” e a faixa-título “Invincible Shield” se equiparando aos clássicos em recepção do público.
Ao deixar o palco sob os acordes finais de “Living After Midnight”, os telões transmitiram a mensagem “The Priest Will Be Back” – uma promessa que ecoou como entre os fãs. Se esta apresentação provou algo, é que o Judas Priest não é apenas uma lenda do passado, mas uma força viva do heavy metal.
Com Halford em forma, Faulkner injetando energia nova e um repertório que atravessa gerações, o Judas Priest reafirmou no Monsters of Rock sua posição como os verdadeiros Metal Gods. Como eles, o heavy metal não morre, e nunca morrerá.
Setlist Judas Priest:
Panic Attack
You’ve Got Another Thing Comin’
Rapid Fire
Breaking the Law
Riding on the Wind
Love Bites
Devil’s Child
Crown of Horns
Sinner
Turbo Lover
Invincible Shield
Victim of Changes
The Green Manalishi
Painkiller
Bis:
The Hellion/Electric Eye
Hell Bent for Leather
Living After Midnight

Judas Priest no Monsters of Rock 2025 – Crédito foto: Ricardo Matsukawa / Mercury Concerts

Judas Priest no Monsters of Rock 2025 – Crédito foto: Ricardo Matsukawa / Mercury Concerts

Judas Priest no Monsters of Rock 2025 – Crédito foto: Ricardo Matsukawa / Mercury Concerts

Judas Priest no Monsters of Rock 2025 – Crédito foto: Ricardo Matsukawa / Mercury Concerts

Judas Priest no Monsters of Rock 2025 – Crédito foto: Ricardo Matsukawa / Mercury Concerts

Judas Priest no Monsters of Rock 2025 – Crédito foto: Ricardo Matsukawa / Mercury Concerts

Judas Priest no Monsters of Rock 2025 – Crédito foto: Ricardo Matsukawa / Mercury Concerts

Judas Priest no Monsters of Rock 2025 – Crédito foto: Ricardo Matsukawa / Mercury Concerts
Scorpions brilha no Monsters of Rock e celebra seis décadas de carreira
Com uma trajetória que atravessa gerações, o Scorpions reafirmou por que é uma das bandas mais queridas do rock mundial. O show no Monsters of Rock, em São Paulo, celebrou não apenas os 60 anos de carreira da formação alemã, mas também quatro décadas de uma relação especial com o público brasileiro, iniciada no icônico Rock in Rio de 1985.
Klaus Meine (vocal), Rudolf Schenker (guitarra), Matthias Jabs (guitarra solo), Pawel Maciwoda (baixo) e Mikkey Dee (bateria) demonstraram vitalidade e técnica apurada em um setlist repleto de clássicos, conquistando a plateia mesmo após horas de festival e sob uma chuva intensa que persistiu durante boa parte da apresentação.
Mesmo após seis atrações anteriores, o público vibrou com cada acorde do show de quase duas horas. Dos riffs poderosos de “The Zoo” à emoção de “Still Loving You”, o repertório equilibrou energia e nostalgia, com espaço para um medley que homenageou a fase com Uli Jon Roth.
Aos 76 anos, Klaus Meine exibe algumas limitações vocais, mas compensa com carisma e presença de palco. Suas interpretações em “Wind of Change” e “Send Me an Angel” foram emocionantes. Rudolf Schenker, também na casa dos 70, parecia incansável, pulando pelo palco como um adolescente. Já Mikkey Dee, ex-Motörhead, entregou uma performance explosiva na bateria, mostrando estar totalmente recuperado de uma cirurgia recente.
A escolha das músicas agradou de forma geral, com destaque para o retorno de “Loving You Sunday Morning”, que não era tocada há quase uma década. “Blackout” e “Rock You Like a Hurricane” — com direito a um escorpião inflável gigante — encerraram o show em clima de apoteose, como um presente para os fãs que enfrentaram a tempestade.
Assim como o Judas Priest, o Scorpions representa a verdadeira essência do título “Monstros do Rock”. Com seis décadas de estrada, a lendária banda alemã é um dos nomes mais longevos da história do rock. Em sua segunda participação consecutiva no festival, foi escolhida para encerrar a histórica edição de 30 anos do Monsters of Rock, reforçando seu papel como ícone incontestável do gênero. Antes da apresentação, um vídeo no telão homenageou sua marcante trajetória.
Mesmo com o passar do tempo, a energia dos integrantes impressiona. Encerrar o festival com o Scorpions foi uma escolha acertada e simbólica. A banda provou, mais uma vez, que apesar das turnês de despedida anunciadas ao longo dos anos, o amor pela música e pelo público permanece inabalável. Para um evento que celebra a história e a força do heavy metal, não poderia haver desfecho mais grandioso. Os Monstros do Rock seguem vivos — e o Scorpions é, sem dúvida, um dos seus maiores representantes.
Setlist Scorpions:
Coming Home
Gas in the Tank
Make It Real
The Zoo
Coast to Coast
Top of the Bill / Steamrock Fever / Speedy’s Coming / Catch Your Train (medley)
Bad Boys Running Wild
Send Me an Angel
Wind of Change
Loving You Sunday Morning
I’m Leaving You
Solos de baixo e bateria
Tease Me Please Me
Big City Nights
Still Loving You
Bis:
Blackout
Rock You Like a Hurricane

Scorpions no Monsters of Rock 2025 – Crédito foto: Ricardo Matsukawa / Mercury Concerts

Scorpions no Monsters of Rock 2025 – Crédito foto: Ricardo Matsukawa / Mercury Concerts

Scorpions no Monsters of Rock 2025 – Crédito foto: Ricardo Matsukawa / Mercury Concerts

Scorpions no Monsters of Rock 2025 – Crédito foto: Ricardo Matsukawa / Mercury Concerts

Scorpions no Monsters of Rock 2025 – Crédito foto: Ricardo Matsukawa / Mercury Concerts

Scorpions no Monsters of Rock 2025 – Crédito foto: Ricardo Matsukawa / Mercury Concerts

Scorpions no Monsters of Rock 2025 – Crédito foto: Ricardo Matsukawa / Mercury Concerts

Scorpions no Monsters of Rock 2025 – Crédito foto: Ricardo Matsukawa / Mercury Concerts
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