RESENHA: EPICA – ASPIRAL (2025)
12/05/2025 // Home  »  DestaqueResenha de Discos   »   RESENHA: EPICA – ASPIRAL (2025)




Texto: Thiago Rahal Mauro
Compre o CD no Brasil: https://lojashinigamirecords.com.br/p-9502202-Epica—Aspiral
Gravadora: Shinigami Records/Nuclear Blast Records

Epica

Aspiral, novo álbum do Epica, representa uma mudança sutil mas importante na abordagem da banda. Conhecida pelo som grandioso e orquestrado ao extremo, aqui eles optam por uma produção mais limpa e direta, que valoriza a performance dos músicos. A formação segue firme: Simone Simons nos vocais, Mark Jansen na guitarra base e vocais guturais, Isaac Delahaye na guitarra, Rob van der Loo no baixo, Coen Janssen nos teclados e orquestrações, e Ariën van Weesenbeek na bateria. A sensação geral é de uma banda mais solta e menos presa a fórmulas.

A faixa que abre o disco, “Cross the Divide”, já entrega esse novo clima: um som direto, com riffs marcantes e um refrão bem encaixado. A voz de Simone está segura, sem exageros, e o instrumental é bem balanceado, sem aquela avalanche de camadas dos álbuns anteriores. “Arcana” segue essa linha, com um bom diálogo entre guitarras e teclados, e uma melodia que gruda sem ser forçada. Já em “Darkness Dies in Light – A New Age Dawns Part VII”, a banda volta ao lado mais épico, mas sem perder a objetividade. As mudanças de ritmo e o uso de corais mostram o talento de Coen na construção de atmosferas.

“Obsidian Heart” traz um momento mais introspectivo, com um andamento mais lento e um foco maior na interpretação vocal de Simone. É uma faixa que quebra o ritmo, mas talvez pudesse ir além no desenvolvimento. “Fight to Survive – The Overview Effect” é mais agressiva, com Mark assumindo boa parte dos vocais e Ariën comandando uma bateria veloz e técnica. “Metanoia – A New Age Dawns Part VIII” equilibra bem o lado sinfônico com momentos de peso, embora soe um pouco longa em relação ao impacto que causa.

“T.I.M.E.” é uma das faixas mais acessíveis e tem um refrão bem trabalhado, com certeza deve aparecer nos shows da banda na turnê. Já “Apparition” tem uma proposta mais atmosférica e escura, com uma construção lenta que leva a um clímax interessante. Aqui, Rob no baixo finalmente ganha mais destaque, o que enriquece a textura da música. “Eye of the Storm” é provavelmente a mais pesada do álbum, flertando com o death melódico. A combinação entre agressividade e melodia funciona bem, e Isaac entrega um dos solos mais inspirados do disco.

“The Grand Saga of Existence – A New Age Dawns Part IX” é o momento mais ambicioso do álbum, com mais de oito minutos e várias mudanças de tempo. A faixa mistura metal progressivo, corais épicos e passagens instrumentais que mostram a maturidade técnica da banda. Apesar da duração, ela consegue se manter envolvente. O álbum fecha com a faixa-título, “Aspiral”, uma balada orquestrada que dá espaço para Simone brilhar com uma interpretação emocional. Mesmo sendo uma música mais previsível, ela encerra o disco com coerência e elegância.

No geral, Aspiral não tenta revolucionar o som do Epica, mas acerta ao simplificar sem perder identidade. A banda mostra que é possível soar épica sem exageros, e dá mais espaço para os músicos se destacarem individualmente. Nem todas as faixas são memoráveis, mas há consistência e alguns momentos realmente inspirados. O equilíbrio entre peso e orquestração está mais afinado, e Simone entrega uma das performances mais controladas e eficazes da carreira. Um disco sólido, que pode agradar tanto fãs antigos quanto novos ouvintes.

Epica Aspiral

Tracklist:
01. Cross the Divide
02. Arcana
03. Darkness Dies in Light — Uma Nova Era Amanhece Parte VII
04. Obsidian Heart
05. Fight to Survive – The Overview Effect
06. Metanoia – Uma Nova Era Amanhece Parte VIII
07. TIME
08. Apparition
09. Eye of the Storm
10. The Grand Saga of Existence — Uma Nova Era Amanhece Parte IX
11. Aspiral

Categoria/Category: Destaque · Resenha de Discos
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