RESENHA: ELVENKING – Reader Of The Runes: Luna (2025)
13/05/2025 // Home  »  DestaqueResenha de Discos   »   RESENHA: ELVENKING – Reader Of The Runes: Luna (2025)




Texto: Thiago Rahal Mauro
Compre o CD no Brasil: https://www.lojashinigamirecords.com.br/p-9502203-Elvenking—Reader-Of-The-Runes-Luna
Gravadora: Shinigami Records/Reaper Entertainment

Elvenking

É impressionante como algumas bandas conseguem não só manter uma identidade forte ao longo dos anos, mas também evoluir sem perder a alma. O Elvenking é, sem dúvida, uma dessas raridades. Quando dei o play em Reader of the Runes – Luna, senti logo de cara que estava prestes a viver algo grande — e eu estava certo. O álbum não é só o encerramento de uma trilogia iniciada em 2019, é o ápice emocional, técnico e narrativo de uma jornada que me acompanhou por anos.

Logo na primeira faixa, “Season of the Owl”, me vi envolvido por uma introdução cinematográfica que mais parecia a trilha de um épico medieval. E quando os riffs e a bateria entraram com tudo, fui jogado de cabeça naquele universo de magia e mistério que só o Elvenking sabe criar. A sensação era de estar em uma floresta ancestral, cercado por histórias sussurradas nas folhas e promessas de batalhas antigas.

O que me pega com o Elvenking é essa habilidade única de casar o peso do power metal com a leveza do folk, sem que um sobreponha o outro. Aydan é o pilar dessa alquimia sonora, e HeadMatt, o mais novo da trupe, mostra que chegou pra ficar, cravando solos que beiram o virtuosismo mas sem soar exibicionista. Tem emoção em cada nota.

O violino de Lethien não é só um enfeite — é uma segunda voz, um contador de histórias paralelo aos vocais do Damna. Aliás, que entrega do Damna nesse disco. Ele canta como se estivesse interpretando um personagem, um xamã moderno guiando o ouvinte entre sombras e revelações. “The Ghosting” e “Starthbath” são exemplos perfeitos disso — músicas que dançam entre o festivo e o melancólico, como um ritual pagão ao luar.

Outro ponto alto pra mim é a estrutura do álbum. Ele me lembra muito o Divination, o primeiro da trilogia, mas com um senso de urgência ainda maior. Tudo é mais afiado, mais direto, como se o Elvenking soubesse que essa era a hora de entregar tudo. “Stormcarrier” e “Throes of Atonement” são puro ataque, riffs cortantes e bateria insana, e ainda assim cabe espaço pra momentos mais densos e experimentais como “The Weeping”, que me pegou de surpresa com seu clima sombrio e quase dissonante.

Mas nada, absolutamente nada, me preparou pro clímax de “Reader of the Runes – Book II”. Onze minutos de uma montanha-russa musical. É o tipo de faixa que você não ouve apenas — você vive. Me vi completamente imerso, perdido nas mudanças de andamento, nos diálogos entre os instrumentos, nas linhas vocais que voltam como ecos de capítulos anteriores. Foi como fechar um livro que me acompanhou por seis anos, com um misto de satisfação e saudade.

Luna é mais do que um álbum de encerramento — é uma carta de amor ao que o Elvenking representa. E embora o fim da trilogia deixe aquele gostinho agridoce, também abre portas para novas histórias. Porque se tem uma coisa que aprendi ouvindo essa banda, é que a magia da floresta nunca morre. Ela apenas muda de forma.

Elvenking – Reader Of The Runes: Luna tracklist:
1. Season of the Owl
2. Luna
3. Gone Epoch
4. Stormcarrier
5. Starbath
6. On These Haunted Shores
7. The Ghosting
8. Throes of Atonement
9. The Weeping
10. Reader of the Runes – Book II

Elvenking Reader Of The Runes Luna

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